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"Como é bom ter um xará, meu próprio nome chamar, o outro que sou eu mesmo é tão difícil achar." Dilan Camargo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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No começo da segunda fase da minha crise, a depresiva, fui logo ao psiquiatra, então ele aumentou o dosagem de carbolítio e diminui o soroquel, me senti um pouco melhor, no entanto ainda me sentia pesada. Uma semana depois voltei ao consultório, para o médico acompanhar a evolução da medicação, diante das queixas de estar carregando um peso enorme, receitou-me effecsor. Mais uma vez, senti-me levamente melhor, mas me sentia muito amarrada, sair da cama estava praticamente impossível, produzir qualquer coisa e buscar resultados objetivamente nem pensar. Meus dias no trabalho eram como se eu andasse em círculos. Depois do aumento geral da medicação passei a comer mais e engordei alguns kilos, já não gosto de me ver no espelho e estou me sentindo culpada por ter engordado, não fui para a natação por alguns dias, a desculpa...estava muito frio, só percebi a ansiedade quando senti que engolia a comida inteira. Como já não aguentava mais andar me arrastando, cheguei a conclusão que aqueles sintomas poderiam ser, excesso de medição, ponderei e cheguei a conclusão que poderia estar um tanto intoxicada pela sobre carga de remédios. Decidi então, por conta própria, fazer uma experiência, reduzir a medicação. Tinha plena consciência dos riscos, como estava numa crise de depressão e a medicação era para me fazer superar essa crise, a redução da medicação poderia me levar ao outro pólo, para não me arriscar muito, achei que uma semana seria o suficiente para sentir algum resultado positivo, a medida que me sentisse melhor estenderia a experiência por mais um dia e por outro e por outro, mantendo sempre um horário na agenda do meu psiquiatra para alguma necessidade urgente, deixei o sinal de alerta ligado para não perder o controle, o objetivo era conseguir me manter estável por no mínimo duas a três semanas, no final da terceira semana iria ao psiquiatra para discutir o assunto.
Os resultados: Ao terceiro dia da primeira semana, sentia-me bem, aquela sensação de amarração estava se desafazendo e fui melhorando gradativamente. Entrei na segunda, sentindo-me estável e até hoje sinto-me no meu normal, acordo no horário sem precisar de despertador, se chove ou faz sol, se tá frio ou tá calor trabalho num mesmo ritmo, estou menos irritável, tenho mais paciência para resolver problemas e lidar com as pessoas no meu dia-a-dia. Num dia, em que precisei ser mais àgil e tomar decisões mais rapidamente, sofri uma certa pressão e o dia foi mais estressante, senti dor de cabeça até a noite quando tomei a medicação e fui dormir, no outro dia passei bem.
A consulta com o psiquiatra ficou definitivamente para a semana que vem, quero ver a análise dele a respeito disso, espero sinceramente que essa estabilidade continue, porque me fez bem.
Quero deixar claro, que essa experiência está funcionando comigo e não sei até onde vai funcionar, tenho plena consciência de que a qualquer momento posso ter que voltar atrás e admitir que estou completamente enganada. Não abondonarei a orientação do meu médico, nem vou deixar de tomar medicação. Portanto, não façam a mesma coisa, sou uma bipolar média ou nem isso, então os riscos que corri, fazendo por conta própria essas alterações na medicação, eram mínimos e também não estava numa crise de depressão profunda, tudo era bem administrável.
Com essa postagem quero registrar uma experiência que está funcionando comigo e para me lembrar que as coisas sempre podem ser mudadas.