Quem sou eu

Minha foto
"Como é bom ter um xará, meu próprio nome chamar, o outro que sou eu mesmo é tão difícil achar." Dilan Camargo

terça-feira, 21 de julho de 2009

A paranóia do vírus H1N1

Até agora eu vinha acompanhando muito superficialmente as noticiais a respeito da gripe A, mas ao transitar pela cidade é impossível não perceber as mudanças de compartamento das pessoas.
Nós últimos dias não se fala em outra coisa, os jornais, as rádios e telejornais só falam nisso. Segundo, as noticiais veículadas pelos meios de comunicação, aqui na cidade, foram duas mortes e outros quatro casos suspeitos. E qualquer pessoa que morre, já sai a notícia de que é mais um caso suspeito, mesmo que depois venha o resultado de exame dizendo que a pessoa não tinha o vírus.
A paranóia já está instalada. As férias escolares antecipadas, a universidade suspendeu as aulas e cancelou as formaturas, só de gabinete, os bares e restaurantes esvaziaram, as lojas estão as moscas, as pessoas passaram a andar nas ruas e nos ônibus de mascaras e em algumas repartições públicas os funcionários estão trabalhando de mascaras, quase todo o lugar que se vai tem alcool para lavar as mãos, missas, cultos, festas tudo cancelado. Os únicos lugares lotados são os hospitais, postos de saúde, clínicas e etc.. justamente o foco do vírus.
A imprensa despenca esse terror sobre as pessoas, mas esquecem de informar que as pessoas que morreram já tinha outras complicações de saúde, não informa também que para pegar vírus, bacterias você precisa estar exposto a uma grande concentração desses e é justamente nos hospitais que está a concentração do vírus.
Aqui no sul estamos vivendo um dos invernos mais rigorosos dos últimos tempos, além de muito frio, também úmido, assim é natural que as pessoas fiquem gripadas e qualquer espirro que se dê as pessoas saltam longe.
Vivemos num mundo em que as pessoas poucos se relacionam e cada dia mais se isolam e ainda agora as pessoas falam contigo através de uma máscara, não apertam mais as mãos, não se encontram em bares para tomar uma cerveja e nosso velho e amargo chimarão é excluído das rodas de amigos, para tomar solitariamente.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Resoluções nas crises.

Estou em crise, outra vez. Desde abril venho oscilando, segundo meu psiquiatra eu estava fazendo uma hipomania. Agora estou entrando em depressão, semana passada surtei, não sei o que foi aquilo, cheguei em casa e entrei em desespero, não conseguia tirar a roupa para me deitar, bateu uma tristeza enorme, chorei como criança e aquele velho fantasma veio habitar meus pensamentos, foi como um raio numa noite de tempestade, iluminou a escuridão. Morrendo de medo corri para o colo da única pessoa para quem eu consigo confiar essas situações. Mesmo assim, o medo continua rondando as minhas noites, porque ainda não achei explicação para eu trancar a porta do quarto, sendo que moro sozinha, num apartamento de um quarto.
Já li em muitos lugares que quando aprendemos a identificar os sintomas, podemos administrar melhor as crises. Mas como se pode administrar o que não tem? Quando estou entrando em crise o meu dissermimento a respeito das coisas que sinto é completamente confuso. Quando eu estava na euforia só percebi que estava mal quando tive um crise horrorosa de ansiedade. E, agora, na maior parte do tempo, não me sinto nenhum pouco depressiva, a não ser pelo surto da semana passada, os sintomas mais recorrentes são com a memoria, que tem me causado bastante dificuldade no trabalho, não me concentro em nada, perdi compleamente o foco. As dificuldades começam em sair da cama. No começo fui me permitendo sair da cama um pouco mais tarde e nos ultimos dias estava chegando depois das dez no trabalho, sinto palpitações, meu coração parece com um bolha que explode, volta a encher e volta a explodir, nos finais de tarde começa sempre uma dor de cabeça é como se meu cérebro estivesse todo inchado.
Eu tenho verdadeira aversão as minhas falhas de memória, sempre tive uma excelente memória sempre agi e reagi muito rapidamente a tudo, sempre fui muito agil e eficaz nas minhas tarefas, mas começo a perceber que isso faz parte do processo. Bueno, estou me observando, porque o médico disse que isso pode ser consequencia da crise ou dos medicamentos, como mexemos na dosagem dos remédios para eu estabilizar, temos que aguardar a ação dos medicamentos.
Hoje, a vadiagem se instalou no meu corpo, não fiz absolutamente nada de produtivo no trabalho. Também, com um dia frio, cinzento e chuvoso como o de hoje, não dava para esperar muita coisa. Fiquei na frente do pc pensando sobre o que quero para minha vida, como já fazia alguns dias que vinha pensando que está mais do que na hora de eu começar e terminar uma faculdade e que curso fazer, troquei umas idéias, pelo msn, com uma amiga que trabalha na assessoria de imprensa da universidade, decidi no final do ano, fazer vestibular para história. Ela me incentivou a me inscrever no ENEM e depois tentar uma bolsa pelo PROUNI, já que os médicos e remédios estouram minha vida financeira. Estou inscrita, que venha a prova e o vestibular, o último espero eu.

sábado, 11 de julho de 2009

acreditar em quem ou no quê?

Minha mãe sempre foi uma rocha. Desde criança sempre a vi como um general no comando de sua tropa, os filhos. Sua vida foi desde muito cedo uma guerra, aos 16 anos casou-se com meu pai, primeiro e único homem de sua vida, antes dos 17 anos já tinha o primeiro filho e ao completar 17 já o tinha enterredo, aos 45 anos pariu seu décimo terceiro filho e já tinha enterrado quatro. Nunca há vi lamentar a perda dos filhos, sempre disse, Deus sabe o que faz. Aliás sua fé sempre foi inabalável, acontecesse o que acontecesse, nunca arredou pé do que acreditava. Meu pai, sempre foi um coadjuvante em nossas vidas, nunca foi ligado a família, mulherengo, abandonova-á sempre que estava gravida, depois voltava com a desculpa de ver a criança e acabava ficando até a próxima gravidez, mal provia o necessário para o sustento da família, sempre foi um homem desprovido de ambição, ao contrário da minha mãe que vivia sonhando em construir uma casa, comprar móveis e roupas novas, se preparar para o futuro, mas esse nunca foi um sonho compartilhado pelos dois.
Quando meu irmão mais novo tinha nove meses, ele se foi, pela última vez, morar com a amante que até hoje é sua esposa. Desde então ela passou a viver para criar os filhos menores com a ajuda dos filhos maiores, que aliás muito antes, já eram os mantenedores da familia. E ela sempre muito forte, educou, criou e sustentou nove filhos, praticamente sozinha. Fechou-se para o amor, nunca mais quis outro homem na sua vida. Sofreu e ainda sofre o amor não correspondido, as traições e incompreenções, mas apesar da fragilidade física era sempre indestrutível. Há vi, muitas vezes, chorar sozinha na beira de uma tanque de roupas sujas. Apesar, das perdas e tantos sofrimentos nunca se desviou do caminho que havia escolhido e do que queria para si.
Hoje, trinta anos depois, olho para minha mãe e há vejo definhando. Os musculos trêmulos e enrijecidos, praticamente surda, com dificuldades para se locomover e absolutamente sozinha. Não admite em hipótese alguma sair da sua casa, não aquela que ela planejou, mas há que foi possível ter. As cuidadoras que arrumamos, não duram porque ela não aceita ninguém que não faça as coisas como ela quer. Acaba durante a semana ficando praticamente sozinha. Já faz alguns anos que ela vem nesse processo, já fez um acidente vascular cerebral, que pelos exames não deixou sequelas, sistema nervoso e emocional abastante abalados, cirurgia nos joelhos, pressão alta e por fim há uns três anos, o diagnóstico...doença de parkinson. Desde, então segue-se o tratamento com o que há de mais avançado para o parkinson no mercado e juntamente com mais 6 ou 7 outros medicantes. Haja estrutura física, emocional e financeira para oferecer o mínimo necessário para proporcionar um mínimo de dignidade para quem deu-se a sí mesma para aqueles a quem amava.
No decorrer de últimos anos ela vem ficando pior e as doses de rémedios para o mal de parkinson vem aumentando. Bom, sabemos que parkinson não tem cura. Segundo, a médica que a diagnósticou o remédio reduz o avanço a doença. E, assim ela vem, consultando com vários tipos de médicos, cardiologista, otorrino, gastro, neuro, geriatra e tomando remédios, tomando remédios. Só que nos ultimos meses, para mim ela vem pioriando muito, acho-a muito mais trêmula, ela tem dificuldade de se equilibrar (tem labirintite também) e o mais estranho que tá tendo alucinações. Para mim, ela me parece muito, muito fraça. Mas, graças a Deus, agora achamos uma "tata" para ficar com ela. Preocupa resolvi levá-la no neurgolista, o plano de saúde dela, tinha contratato um novo neurologista.
Bom, depois de ouvi-la, me ouvir, perguntar muitas coisas, examiná-las fisicamente e fazer um teste de memória, com 30 perguntas das quais ela acertou 27, o diagnóstico....ela não tem doença de parkison!!! Mas, doutor????? Sim!!!! Ela não tem problemas cognitivo, nem de memória, não tem enrejecimento muscular e as alucionações???? que remédio tá tomando para dormir? o rivotril! Provavelmente seja essa causa; mas, doutor rivotril é só pra dormir. Remédio de tarja preta para idosos não é recomendado. Vamos fazer uma semana de teste, pode ser que eu esteja engado, rivotril nem pensar e pára de tomar o remédio do parkinson (stalevo) e faz esses exames de sangue para ver outras coisas. E, passa a tomar um antidepressivo e um antipsicótico antes de dormir. Depois de três dias, ela já demonstratava bastante melhora, a fisioterapeuta falou que ela passou a se equilibrar melhorar para os exercícios, o tremores no queijo e mão direita diminuiram bastante, agora ela diz que dorme bem, não vê mais ninguém invadindo a casa. E a fisionomia, melhourou muito.
E, agora José? Acreditar em quem ou no quê?