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"Como é bom ter um xará, meu próprio nome chamar, o outro que sou eu mesmo é tão difícil achar." Dilan Camargo

domingo, 18 de dezembro de 2011

A muralha de novo...

Esse final de semana passei absolutamente sozinha, me fechei para o mundo, desliguei o celular, dormi até quase meio dia no sábado e domingo, só sai para ir ao mercado e voltei. Quase não abri as janelas, assiti filmes, cuidei da casa e do cardápio da semana. Éééé do cardápio, pela segunda vez, desde que passei a tomar remédios, estou fazendo diéta, já estava com 80kg - para um 1,60 de altura estou quase obesa, mas a obesidade não me levou a procurar uma nutricionista, foi o que venho sentindo ultimamente, falta de ar, cansaço, algo estranho no coração que não sei explicar, e, além de estar bebendo muito. Bom, tô me sentindo bem com a dieta (me envolvo com o cardápio - adoro cozinhar), desinchei bastante nesta primeira semana, só bebi na sexta-feira, acompanhada de muita água, uma semana sem alcool me fez bem. Espero conseguir perder uns 10kg a 15kg durante as férias, dois meses pra recuperar a forma.
Bom, não era dá minha dieta que eu queria escrever, era do final de semana sozinha. Em algumas situações adoro ficar só, faço isso seguido, mas nesse final de semana foi diferente, senti muita falta dos meus amigos, especialmente, daquela amiga - aquem, acreditou eu, magoei muito com uma atitude, inconsciênte. Analisando, aquela noite, pude perceber que aquilo foi resultado de uma crise psicótica, estava obsecada com algo que achei que vi e possivelmente o que vi, não tenha sido o que achei que vi, e, por causa disso, distorci as coisas não só naquela noite, mas em todo o final de semana. Acredito, que ela já tenha me perdoado, mas ainda me sinto culpada e também envergonhada pela forma como agi. Essa é uma das merdas do transtorno bipolar, as vezes, não conseguimos distinguir o que é real do que é projeção da nossa mente doentia. E, por outro lado, eu estava só tentando me proteger, por causa daquele bloqueio, que ainda não consigo falar abertamente, infelizmente foi um ato instintitivo, uma reação do meu cérebro, contra aquilo que ele acha que vai invadir a muralha.
Pensei muito sobre a muralha esse final de semana, ainda, não consiguo falar sobre isso, tão pouco escrever aqui. Me propus a tentar tratar isso na terapia, falei sobre isso algumas vezes, mas ainda, não consigo tocar lá no fundo. Hoje tenho certeza que preciso explorar isso, porque é parte de mim que tá lá dentro, quero viver minha vida o mais completa possível. Sei que vai ser bem dificil, mas nada foi fácil na minha vida, já enfrentei muitas coisas e preciso agora enfrentar a mim mesma. Sou eu quem eu preciso resgatar, salvar-me de mim mesma, ao contrário vou continuar magoando pessoas aquem amo muito.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

refletindo...

Moro em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, essa cidade era conhecida como terra de passagem, por ser o local em que os troqueiros de mula cruzavam o rio para levar as tropas para São Paulo. Por incrível que parece quase duzentos anos depois essa terra continua sendo uma terra de passagem, aqui vivem pessoas de vários locais do Estado e do Brasil e quando chega final do ano, todos voltam para suas cidades e para suas gentes e nos que nascemos aqui ficamos solitários.
Quase todos os meus amigos são naturais de cidades da circunvizinhança e também de outros Estados. Hoje tomar uma cerveja, com aqueles que ainda restavam na cidade, fazer o último happy hour do ano, dei uma volta pelos bares e ruas e tudo estava tão vazio, as aulas na universidade já se encerraram e ninguém mais vai e vem, o trânsico muito caótico, flui naturalmente, as lojas estão vazias, nem acabou o ano e já sinto falta de todos, meus colegas da faculdade, os amigos do mestrado, minhas amigas de todos os dias - a Confraria do Gatedo - as amo tanto, dão tanto sentido a minha vida, divido tantos momentos com elas, e de agora em diante, fazem tanta falta.
No tempo em que fui cristã, essa época me causava angustia, hoje nada mais significa, não tenho fé em nada mais, há não ser na força do ser humano. Um dia vou estudar antropologia para tentar entender o ser humano, acho-o tão fantástico, capaz de mudar seu destino e sua história, capaz de sobreviver as maiores tragédias, de reconstruir tudo diante da maior destruição, mas também capaz de destruir a si mesmo e ao seu semelhante, capaz de aniquiliar povos e civilizações inteiras, capaz de destruir tudo ao seu redor, mas sempre sobreviver a tudo. O ser humano é algo fantástico, magnífico e destrutível, por isso acredito nele, não em deus ou em deuses, acredito que ele os cria para sua própria sobrevivência.
O que espero de 2012? Absolutamente nada, nada que eu não possa fazer ou realizar. O que desejo? menas crises, mais equilibrio, mais coerência, mais lúcidez e serenidade, razão e consciência e isto tudo acredito alcançar através do conhecimento - da história, minha únida, verdadeira e grande paixão, meu verdeiro e único amor.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A muralha

Em algum lugar da minha mente existe uma muralha impenetrável conscientimente, essa murulha não permite que eu entre em contato com certas emoções, pior que quando tento tocá-la - a muralha - uma força dispara uma energia que me faz colocar em posição fetal protegendo minha cabeça com os braços. Tenho procurado uma ponte, um lago subterraneo ou um lugar onde eu possa escalá-la, mas não encontro nada. Por de trás dessa muralha existe uma parte da minha vida, posso vislumbrá-la do alto de uma montanha - essa montanha partem raios que fazem  chover forte sobre a muralha e, então  parte das emoções retidas dentro da muralha são liberadas. Mas, depois que a chuva passa, sinto um cheiro e um gosto horrível, há algo que me atormenta, me acusa de ter vivido uma parte da minha vida sem ter tido autorização.
Eu não sei o que é essa muralha. Não sei quem colocou ela lá. Sei o que está lá dentro, que parte de mim ficou lá dentro e, eu a quero de volta. Sei que quem pode derubá-la sou eu, mas não sei como.

domingo, 11 de dezembro de 2011

tô com medo...

Eu não paro de me questionar e tenho medo de descobrir a resposta para meus questionamentos, são duas hipóteses que me apavoram. Qualquer das hipóteses que venha a ser confirmada trará consigo sofrimentos. A primeira por possívelmente nunca poder se realizar, ser algo que crio e fantasio na minha mente doentia, por ser uma carência afetiva ou, ainda, se houvesse qualquer possibilidade de ser realidade eu nunca me permitiria viver isso, meus traumas, meus bloqueios e, ou até preconceitos me impediriam e, isso, já é suficiente para causar muito sofrimento.  A segunda hipótese me coloca de frente com minha realidade - minha doença. O que pode, na realidade, estar ocorrendo é uma psicosse, um surto talvéz - na sei explicar tecnicamente, mas uma distorção da realidade ou, ainda, uma obsessão, como já aconteceu antes, os sintomas são os mesmos. Essa hipótese me apavora, porque ter a clareza de seu real estado psíquico não é nada agradável, pensar em loucura no sentido real é apavorante, ter a certeza que você é enganado por você mesmo - sua mente - é apavorante. Pensar que o que vi não é realmente o que aconteceu, pensar que o que sinto não realmente um sentimento, mas projeção da minha mente é desperador. Ao mesmo tempo fico extremamente decepcionada comigo mesmo, por não saber a diferença entre uma coisa e outra. Mais uma vez mergulhada nesse sofrimento infinito.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

psicoses...

lindo o barrulho da chuva aqui..no ladinho da minha janela! O som do vento..mais intenso agora, mais forte também. Ambos tocam uma sinfonia...tento pensar na minha lucidez e na minha loucura. Nada me consola. Fecho os olhos pra sentir, minha vida lá fora. Imagino, agora, meu corpo molhado pelas gotas do teclado. Quero um beijo molhado...um sonho acordado, fecho os olhos, a chuva forte..não me molho!!!
loucura, loucura...o que foi que eu fiz? não sei o que vi, nem o que senti...vida lá fora. O que foi que eu perdi?
loucura..loucura!!

domingo, 27 de novembro de 2011

Bem conceituado

Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos..."sem querer", (Freud)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Salve a diáletica...

     A vida é uma dialética. Sócrates chamava sua diáletica de maiéutica, que era um processor de partanejar os espíritos, fazer o interlocutor descobrir as verdades que traz em si mesmo pelo processo de multiplicar as perguntas. É assim que me encontro agora, em processo de parto, de tantas perguntas que me fiz.
       Quanto estamos na fase de perguntas de dúvidas, questionamentos sentimo-nos angustiados, mas a partir do momento que passamos a nos utilizar da dialética para analisar nossas angusticas, logo criamos uma antitese, contradição, que inevitavelmente gera uma sintese e partir disso somos capazes de agir em nossa realidade, saindo de um estado de angustia, tristeza e inquetação para um estado de apreensão. Apreender significa, vir a ser, tornar-se, isto é, ir para o futuro.
     A palavra pro-jeto sifnifica, etimologicamente, "Ser lançado adiante", assim como o sufixo da palavra existir (ex) significa "fora".  A dialética gera, inevitavelmente, um conflito. É é apartir desse conflito que conseguimos existir, existir para fora das nossas angustias, e, então, ser lançado adiante. Seguir em frente.
     Nesses últimos dias questionei algumas de minhas opções, situações que estavam me colocando em dúvida, quem eu era, se as percepções e sentimentos, que me causavam conflitos partia de fora ou de dentro. Passei dias angustiada e muito triste porque tomei atitudes para confrontar essa realidade, essas atitudes provocaram um grande conflito, mas que no final, com uma boa observação da realidade, pude chegar a conclusão que meus dúvidas eram infundadas, mas minhas percepções reais. Como todo o conflito tem suas perdas, acredito que perdi, uma amizade. Pois bem, agora é esperar um tempo para confirmar essa expectativa. Isto é, finalizar o processo de parto.


domingo, 13 de novembro de 2011

meus desassosegos...

Tenho dúvidas, muitas dúvidas!!! Além de uma saudade enorme!!!
Fazia muito tempo que me sentia tão perdida, sem saber o que pensar, sem saber o que fazer. Nem meus saltos impulsivos me levam a tomar qualquer atitude, tão pouco minha razão me ajuda a me encontrar. Tenho medo do que sinto e tenho dúvidas se o que sinto é algo real. A unica coisa que consigo fazer é ficar ensimesmada, não consigo externar sentimento algum e não tenho coragem de falar sobre essa turbulência que se abate sobre mim.
Depois de muito tempo começo a ter insônia e isto me preocupa, tenho andado extremamente cansada, mas não desanimada, tenho sido abatida por inumeros problemas e preocupações, no entanto, como nunca antes sigo sempre em frente, mesmo sangrando e com o espírito dilaserado, continuo andando, mesmo com o espírto tomado de uma tristeza velada, continuo andando e continuarei andando me alimentando da minha tristeza.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.
(Antonio Machado)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Quando um abraço deixa as marcas de uma surra!

As vezes precisamos ser historiadores de nós mesmos, isto é, colocarmos nossas experiências de vida, ou seja, nosso passado, como um objeto a ser estudado por nos mesmoss. Para que isso seja possível, precisamos escolher o fato que vamos analisar, estudar as fontes, escolher o tema que vamos abordar e qual a metodologia a ser usada. Neste caso, penso que a teoria na qual o historiador não pode deixar com que seu conhecimento interfira na sua pesquisa é a melhor opção. No entanto, há teorias que dizem que isto é impossível.
O fato a ser pesquisado será uma surra. Fonte, minhas memórias. Período histórico, aproximadamente, dos três aos dezesseis anos, as físicas, as psicológicas impossível definir o período. Metodologia, a marxista, para pensar que é luta de classes. Agora vamos começar a olhar o fato, como se estivéssemos do lado de fora de uma sala com vidros espelhados, que só quem está de fora vê o que acontece dentro e quem está dentro não pode ver quem está do lado de fora.
Dentro da sala está uma criança, adolescente ou jovem e um adulto. Este adulto tem em suas mãos um "objeto disciplinador" e para que serve este objeto? serve para "ensinar" que o que se fez de errado, nunca mais deverá se repitir. O objeto é um cinto, um galho de árvore, denominado "vara" ou simplesmente as mãos. Salientamos que, ERRO, não é algo permitido àquele ser humano, aquele que será "disciplinado". Então, este não poderá esquecer que ERROS não podem ser cometidos.
A disciplina começa...o adulto, com o "objeto disciplinador" levanta-o e deixa cair sobre o corpo daquela pessoa que está num canto da sala, acuado, como um animal, implorando..."não, por favor!!!" Observemos a cena: Cada vez, que o "objeto disciplinador" toca a pele, os músculos se contraem, as lágrimas escorrem pelo rosta, mas chorar, também não é permito, os dentes suportam a dor, mas nada lhe é dado para morder, o sangue se desloca para a pele...e, assim, segue...até que o adulto ofegante...sem forças para prosseguir chega a conclusão que por hoje basta! Mas, amanhã e depois de amanhã haverá mais....fiquem observando, a mesma cena, quase todos os dias, por semanas, por meses e por anos....
Agora, voltemos ao presente, vejam a mesma cena...só que ao invés de uma surra um abraço, com as mesmas pessoas como atores...
Alguns pensadores, defendem que o passado não existe, é somente uma representação. Quem derá fosse!
Obs.: Não corrigi este texto, porque ele é a representação no presente de um abraço!

domingo, 6 de março de 2011

Dom Quixote

Os bipolares são uma espécie de Dom Quixote dos tempos modernos!
"Sonhar o sonho impossível,
sofrer a angústia implacável,
pisar onde os bravos não ousam,
reparar o mal irreparável,
amar um amor casto à distância,
...Enfrentar o inimigo invencível,
tentar quando as forças se esvaem,
alcançar a estrela inatingível:
Essa é minha busca"
Dom Quixote

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

retornando....


Neste tempo em que andei ausente muitas coisas aconteceram, mudanças que me fizeram bem demais, os altos e baixos da bipolaridade aconteceram é verdade, me decepcionei com pessoas que confiava e amava, mas isso é normal, no entanto, acredito eu, minha vida tem sido bem normal para uma personalidade bipolar, eu me sinto bem, as angustias e noites de insonia já não fazem parte da minha vida, as idéias de suícidio não rondam mais meus pensamentos, hoje vivo uma vida com objetivos que são direcionados para mim própria. Acredito estar vivendo a melhor fase da minha vida e isso a graças à algumas mudanças, como por exemplo a história, sim, a história.
Há mais de um ano atrás escrevi aqui que tinha decido voltar a estudar, prestei vestibular para o curso de História e já estou lá a um ano e cada dia mais apaixonada pela História e por tudo que o IFCH (Instituo de Filosofia e Ciências Humanas) contempla, diz-se que naquele prédio vivem fantasmas. Se são fantasmas não sei, mas lá existe algo diferente. Pessoas diferentes e tudo o que os leva para lá, são suas diferenças. Lá redescobri minha verdadeira vocação, minha paixão pela HISTÓRIA. Lá redescobri meu amor pelo rock in roll, a muito escondido num baú que se abriu com a chave da esperança. Lá ressuscitei meu sonho de viajar pelo mundo, comecei com um passo pequeno, visitei o Uruguai - me encantei por Montevideó e Colonia do Sacramento, detestei Punta de Leste, mas Colônia é um lugar em que me senti em estado de graça e nessa viagem fiz bons amigos e uma pessoa em especial. Nesta semana, estou indo conhecer o Chile, passando por Mendoza, Argentina, atravessando a Cordilheira até Santigado, depois Vinã del mar, Valparaiso e outros lugares no Chile. Pretendo conhecer toda a América Latinha até onde meu coração e meu dinheiro puderem me levar. A História abriu o baú das minhas paixões e isso me deu outro sentido na vida.
Outra coisa que fiz por mim e que considero que foi me colocar no lugar certo. Final de 2009 decedi repentinamente comprar uma casa e comprei a casa que já havia a um ano trás me causado um certo encanto. E hoje é um meu castelo, o lugar que sinto vontade de voltar todas as tardes, quando saio do trabalho ou da faculdade, nela sinto uma paz e um refúgio indiscritivel e foi aqui que redescobri o amor pelo meu pai. Sim, morávamos na mesma cidade e bem perto e nunca nos visitamos, hoje somos vizinhos, amigos e apaixonados por pescar juntos. Nesse ano vivendo tão pertos, pude ouvir a versão dele da dura vida que tivemos na infância, pude conhecê-lo melhor e saber quando doce é seu amor por mim e que amigo maravilhoso tenho ao lado.
E, para finalizar este retorno, não posso esquecer dessas duas criaturas lindas que vivem comigo, minha Teca e meu Robinho, meu cães. E, eu que não era muito chegada em animais.
A fotinho acima é do por do sol de Colônia do sacramento, do Chile viram outras.