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"Como é bom ter um xará, meu próprio nome chamar, o outro que sou eu mesmo é tão difícil achar." Dilan Camargo

domingo, 5 de abril de 2009

O começo...


Eu não sei exatamente quando tudo começou.
 Hoje, olhando para o passado, um passado que não me parece tão distante, vejo aquela época como uma fase nebulosa, momentos de completa escuridão. A minha vida não fazia sentido algum. Era como se eu estivesse amarada a uma roda que girava constantemente. Nada tinha começo nem fim. Vivia por viver. Não havia pensamentos lógicos ou planos para o futuro. Não sabia onde estava, tão pouco onde queria chegar. 
Meus dias eram vividos sob completa ilusão. Me iludia com ganhar muito dinheiro, com falsos amigos, com um amor impossível e com muitas outras coisas que iam e vinham sem se fixar na realidade. Vesti uma máscara que escondia quem eu era. Me escondi não só de todos que me cercavam, mas de mim mesma. Acho que as ilusões me mantinham viva físicamente, porque emocionalmente estava morta para o mundo.
Não demorou para que os vícios se tornassem meus companheiros de solidão e desilusões, fumava e fumava muito, mas o vício do cigaro não era suficiente para suprimir as angustias diarias, o álcool entrou pela boca como um anestésico sentimental. Cada gole, anestesiava o coração da angústia e funcionava como um alívio para dor. Começava o dia meio acordada e terminava bêbada em algum boteco da cidade. Nem sei como chegava em casa, nem nunca foi presa por dirigir alcolizada e graças a Deus nunca me envolvi em nenhum acidente, só graças a Ele.
Meu dia-a-dia era sair da cama, trabalhar, ir para um bar, beber, voltar pra casa e tentar dormir ou passar as noites em claro acompanhada de cigaro a cigaro aguardando minuto a minuto que a noite se fosse e o dia começasse de novo. 
Não percebi quando a única coisa que tinha na vida, tinha se tornado meu próprio inferno. Quanto mais me afundava no trabalho, mais ele me destruia. Desde da primeira até a última hora consciente do dia, tudo se resumia a puro estresse. Eu pensava nos problemas que me cercavam todos os minutos em que estava consciente. E assim foi até bem pouco tempo.
Assim o tempo ia passando e eu não tinha a menor consciência no que se transformara a minha vida. Cada descisão, cada atitude que tomava tentando melhor minha vida profissional a transformava num caos maior, não tinha a menor noção do que fazia, porque tudo era feito por impulso. 
Chegou um momento que havia só raiva e rancor, qualquer coisa era motivo suficiente para detonar um acesso de ira, quando a ira imundava meu cérebro a reação sempre era agredir. Quando não podia reagir, passava remoendo tudo, construindo um paiol de dinamite que logo, logo iria explodir a mim mesma.
É tão contraditorio, que uma pessoa que tenha enterrado toda a sua vida sentimental tenha se tornado uma pessoa completamente impulsiva.
As coisas ainda ficariam muito pior, mas isto é uma próxima postagem. Espero poder seguir relatando minha história para que se alguém vier a lê-la venha a saber que houve outra escolha!
 


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