Quem sou eu

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"Como é bom ter um xará, meu próprio nome chamar, o outro que sou eu mesmo é tão difícil achar." Dilan Camargo

segunda-feira, 15 de junho de 2009

...o seu normal...

Antes e depois de descobrir que sou bipolar, sempre me perguntei quem realmente sou eu? Nunca imaginei que a resposta para essa questão tão complexa, viria em uma pequena frase, durante uma das sessões de terapia dos últimos dias, o assunto nem lembro qual era. O que ficou marcado foi a imagem da minha psicologa sentada meio de lado, sem me olhar, até agora não sei porque ela disse aquilo, as vezes ela faz isso, diz coisas sem nem fazer parte do assunto, simplesmente soltou essa frase: "vai te acostumando, esse é teu normal!" Esta frase ficou marpelando por muitos dias e acabei chegando a conclusão de que alguma forma, minha psicóloga, havia colocado, vamos dizer, um ponto, não final, mas um ponto nesta questão. Claro que, como o que move o mundo são as perguntas não as respostas, comecei a me perguntar outras coisas, mas isso é assunto para outras postagens.
A medida que o impacto da frase ia sendo processado, fui percendo uma sensação de felicidade me absorvendo. A frase da minha terapeuta, aquele grande ser de 1,40m me colocou no centro de quem eu sou hoje e das descobertas que fiz a meu respeito.
Nesses últimos dias, comecei a me observar, olhar para dentro de mim, observar as coisas que penso e porque penso o que penso, o que sinto e porque sinto e o que vou fazer com o que sinto, descobri em mim uma pessoa muito inteligente e que é capaz de usar a inteligência racional e emocional também, estou aprendendo que não é preciso agir e reagir sempre e todo o tempo e o tempo todo, me convenci de que o teste que fiz, há alguns meses, que apontava em primeiro lugar, habilidades para artes estava certo, agora sei porque amo cinema, teatro, música, arquitetura antiga, história da arte, porque adoro cozinhar e inventar receitas entre outras coisas e coisas que ainda vou descobrir que gosto de fazer. Mas, o que mais me deixa feliz nesse processo todo é ir descobrindo a pessoa que sou e quanto mais descubro, mais gosto daquilo que vejo em mim, apesar da instabilidade por causa de bipolaridade.


2 comentários:

Mandy Brum disse...

As vezes temos tanto medo de descobrirmos quem realmente somos, que apenas fingimos estar em busca disso, quando na verdade estamos fugindo.
O mais lindo de tudo é que quando sem querer agente se descobre, vê que não era nada daquilo que imaginávamos, descobrimos que aquele monstro que pensávamos ser, é na verdade uma flor, capaz de se transformar em deliciosos frutos.

Anônimo disse...

Nunca entendi essas histórias de psicólogos dizendo o que a gente é. Já estou no quarto terapeuta por razões variadas e nenhum deles nunca disse que sou isso ou aquilo. Quando o fizeram, foi superficialmente, e sempre me lembrando que eles baseiam-se no que falo com eles.

Não importa o quão fodão o cara seja, só tem uma pessoa no mundo inteiro que pode ter certeza do que somos. Não importa o quanto eles vejam ou oucam ali, nunca vai ser o suficiente pra definir alguém. Assim como seria leviano de minha parte dizer que sua terapeuta não estava afim de trabalhar, e por isso a postura e a frase.